Tendências de RH

Léo Kaufmann: o RH que precisa falar a língua dos resultados

Léo Kaufmann explica como um RH orientado a resultados, com métricas e dados, gera impacto estratégico real no crescimento das empresas.

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Lukas Letieres

HR Consultant

rh orientado a resultados

25 de setembro, 2025


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À medida que 2025 se aproxima do fim, cresce a expectativa sobre o futuro do trabalho no Brasil e os rumos estratégicos que o RH deve tomar nos próximos anos. Para dar sequência à série especial da Sesame HR sobre as tendências que vão marcar 2026, convidamos Léo Kaufmann, nome que é referência nacional no setor e ainda, curador do RH Summit.

O nosso convidado especial concedeu uma entrevista exclusiva à nossa equipe e a partir dela, fizemos essa matéria inédita. Aqui, você verá como Léo defende que o RH precisa deixar para trás o papel de centro de custo e assumir, de fato, a função de motor estratégico das empresas. 

Com sua visão pragmática, ele compartilha os principais desafios e oportunidades para uma gestão de pessoas que fale a língua dos resultados e se conecte diretamente ao negócio. 

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O ponto de partida: alinhar-se ao negócio

Antes de falar em tendências ou tecnologia, Léo Kaufmann é categórico: o RH só será estratégico quando falar a língua do negócio. Para ele, não basta medir engajamento ou acompanhar indicadores isolados, é preciso traduzir cada dado de pessoas em impacto direto para a organização.

“Os principais indicadores estratégicos que o RH deve dominar são aqueles que conectam pessoas e negócios. Turnover não é só um percentual: é quanto custa perder e repor alguém. Folha, horas extras, absenteísmo, tudo precisa ser traduzido em números que o CEO entenda”, afirma.

Na prática, Kaufmann explica que isso significa dominar o DRE da companhia e ter clareza para responder a perguntas críticas: a empresa precisa contratar mais ou formar os talentos que já tem? Onde faz mais sentido investir em upskilling e reskilling? É nesse nível de alinhamento que o RH deixa de ser operacional e passa a orientar o crescimento.

O mito do RH que não gera receita

Por muito tempo, consolidou-se no mercado a percepção de que o RH não influencia diretamente o faturamento das empresas. Léo Kaufmann discorda frontalmente dessa visão e classifica-a como um mito que precisa ser superado.

“Quando um treinamento reduz retrabalho, acelera entregas e melhora clima, o que é isso senão impacto na receita?”, provoca.

Para ele, a chave está em trocar métricas de vaidade, como o número de horas de treinamento aplicadas, por indicadores que comprovem retorno sobre investimento (ROI). Na prática, trata-se de calcular os chamados savings:

  • Quanto a ação economizou em erros?
  • Qual foi o ganho real de produtividade?

Esses números, afirma Kaufmann, são os que garantem ao RH um lugar legítimo na mesa de decisão.

O desafio da gestão à brasileira

Para Léo, o grande entrave das empresas no Brasil não é a falta de metodologias sofisticadas, mas a dificuldade em aplicar o básico: planejamento estratégico. “Muitas lideranças ainda confundem gestão com a simples tarefa de apagar incêndios”, observa.

Nesse contexto, o papel do RH é decisivo. Mais do que registrar métricas, a área precisa atuar como educadora das lideranças, reposicionando indicadores de pessoas como indicadores de negócio.

“O RH precisa mostrar que uma pesquisa de clima não é uma crítica ao líder, mas um diagnóstico para melhoria. Mais do que isso, precisa ser parceiro: construir alianças com as áreas, assumir de fato o papel de business partner e provar que gestão de pessoas não é um alvo no peito do gestor, mas uma ferramenta para que ele entregue mais resultados. Quando o RH entra nessa lógica de parceria, deixa de ser visto como cobrador e passa a ser reconhecido como alguém que facilita a entrega do negócio”, ressalta Kaufmann.

Tendências: menos hype, mais realidade

Se parte do mercado de RH ainda se deslumbra com cada novidade que surge, Léo Kaufmann faz questão de trazer sobriedade ao debate. Para ele, não basta correr atrás de modismos: é preciso analisar se a inovação faz sentido para a realidade da empresa.

“Não é porque a IA automatiza tarefas que substitui cultura ou senso crítico. O futuro é híbrido: tecnologia acelera, mas quem dá direção é a inteligência humana”, defende.

O insight é claro: a pergunta que o RH deve se fazer não é “qual tendência seguir?”, mas “essa tendência resolve um problema real da minha organização?”.

Do “good vibes” ao estratégico

Nos últimos anos, pautas como bem-estar, diversidade e cultura corporativa ganharam espaço nas agendas de RH, mas, na visão de Kaufmann, correm o risco de se perder em discursos vazios. O caminho, diz ele, está na objetividade dos dados.

Já o tema saúde mental precisa ser traduzido em afastamentos evitados. Quando o assunto é diversidade, isso deve ser traduzido em índices menores de turnover.

Para bem-estar está o conselho de medir em produtividade ampliada: “Esse é o tipo de análise que transforma pauta gourmetizada em ação estratégica”, resume.

Resultados humanos: o novo nome do jogo

Para Kaufmann, a própria nomenclatura de RH precisa ser repensada. Não se trata mais de “recursos humanos”, mas de “resultados humanos”. A virada acontece quando programas de desenvolvimento são lidos no balanço como aumento de produtividade ou quando políticas de saúde aparecem como economia em custos com afastamentos.

“Quando o impacto aparece no balanço, a conversa muda. Não é mais discurso de RH, é resultado real”, reforça.

RH Summit 2026: um manifesto em construção

Além de especialista, Kaufmann também é curador do RH Summit, maior evento híbrido de gestão de pessoas da América Latina. E o posicionamento é claro: menos promessas, mais prática.

“O RH Summit não é sobre frases de efeito. É sobre RH de verdade, que movimenta empresas e resultados”, afirma.

Nos últimos anos, o evento apresentou conceitos como o Talent Flywheel, que reposiciona a jornada do colaborador como ciclo contínuo, e o IRH (Inteligência em Recursos Humanos), unindo inteligência humana, artificial e comportamental.

Agora, em 2026, a proposta é encarar o próprio nome:

  • R de Resultados. H de Humanos.
  • Métricas, metas e performance, sim.
  • Mas, acima de tudo, foco em gente: quem traduz propósito em ação e dá alma às estratégias.

Com conteúdos práticos, cases reais e debates sem firulas, o Summit já se tornou mais que um evento: é uma provocação ao mercado. Um chamado para que o RH brasileiro assuma seu papel não só como consumidor, mas também como produtor de inovação em escala global.

👉 Esse artigo faz parte de uma série especial da Sesame HR, reunindo os principais especialistas e influenciadores que marcaram presença no CONARH 2025. Para acessar o guia completo e gratuito com todos os insights, clique abaixo:

Tiago Santos

VP of Community and Growth | LinkedIn | | Web | +post

Profissional experiente de RH dedicado a promover comunidades colaborativas fortes de líderes de RH. Como fundador do RH Club e da HR Community, uso meus mais de 15 anos de experiência para melhorar as perspectivas de carreira dos líderes de RH.

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