Gestão documental

Exame admissional: como garantir conformidade e segurança no processo seletivo

Saiba o que é exigido no exame admissional, quais cuidados o RH deve ter e como evitar riscos jurídicos com o apoio da tecnologia.

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Lukas Letieres

HR Consultant

exame admissional

19 de junho, 2025


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Contratar alguém vai muito além de encontrar o perfil certo. Há um aspecto técnico, silencioso e decisivo que antecede a assinatura do contrato: o exame admissional. Para o RH, esse momento é a primeira interseção entre saúde, legislação e reputação da empresa.

Um exame mal conduzido, incompleto ou sem registro adequado pode colocar toda a admissão em risco, e abrir brechas para futuras ações trabalhistas. Por isso, mais do que uma formalidade, o exame deve ser tratado como um protocolo estratégico.

Nesse contexto, contar com um software de gestão documental é indispensável. Ele permite que laudos, pareceres médicos e comprovantes fiquem arquivados com rastreabilidade, segurança jurídica e acesso controlado. Afinal, em tempos de LGPD e fiscalização ativa, a proteção da informação começa na entrada do colaborador.

O que é feito no exame admissional e por que ele protege a empresa

O exame admissional é uma avaliação médica obrigatória realizada antes da formalização do vínculo empregatício. Ele tem como objetivo verificar se o candidato está apto, do ponto de vista clínico e funcional, para exercer a função para a qual foi contratado.

Cristina Martín, Diretora de RH da Sesame lembra que essa avaliação é exigida pela Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7), do Ministério do Trabalho, e deve ser conduzida por um médico do trabalho, preferencialmente dentro do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da empresa:

“Mais do que uma etapa formal, o exame admissional é um mecanismo de proteção mútua, para a empresa e para o trabalhador. Ele garante que a função será exercida com segurança e que o RH está respaldado legalmente desde o primeiro dia de contrato.”

Quais análises fazem parte do exame admissional?

O exame admissional não é um procedimento genérico aplicado de forma padronizada a todos os candidatos. Ele é composto por análises específicas, que variam conforme a função a ser exercida e os riscos associados ao ambiente de trabalho.

O objetivo principal é garantir que o colaborador esteja clinicamente apto para desempenhar suas atividades sem colocar a própria saúde, ou a segurança do time, em risco. Veja a seguir quais avaliações costumam integrar esse processo:

  • Anamnese clínica completa com histórico de saúde do trabalhador;
  • Avaliação física geral (pressão, batimentos, postura, etc.);
  • Verificação da aptidão em relação aos riscos da função (ruído, esforço físico, exposição química);
  • Em alguns casos, exames complementares, como visão, audiometria ou raio-x.

Independentemente dos exames realizados, o ponto de maior valor legal é o atestado de aptidão. Ele deve conter a assinatura e carimbo do médico responsável e ser arquivado corretamente no dossiê do colaborador.

Cristina Martín ressalta que “negligenciar qualquer etapa do exame admissional pode parecer inofensivo, mas no contexto de uma reclamação trabalhista futura, pode ser o elo perdido entre um problema pontual e uma condenação.”

É possível reprovar no exame médico admissional?

Reprovar no exame admissional não é algo comum, mas pode ocorrer quando são identificadas condições clínicas que impedem o colaborador de executar, com segurança, as atividades para as quais foi contratado. Entre os motivos mais frequentes de inaptidão estão:

  • Problemas cardiovasculares graves, como arritmias não tratadas;
  • Perda auditiva significativa em ambientes com risco de ruído;
  • Doenças musculoesqueléticas incompatíveis com atividades repetitivas ou com carga;
  • Transtornos neurológicos ou psiquiátricos que afetem a atenção, raciocínio ou segurança operacional;
  • Condições infecciosas ou transmissíveis, nos casos em que há contato direto com alimentos ou pacientes.

Como o RH deve agir nesses casos

O RH não pode tomar decisões baseadas em suposições médicas. O correto é solicitar um laudo técnico detalhado que justifique a inaptidão e, quando possível, avaliar a possibilidade de remanejamento de função. A confidencialidade deve ser absoluta, conforme previsto na LGPD.

“A empresa não deve, e não pode, questionar a decisão médica ou pressionar por informações além do necessário. Preservar o sigilo do colaborador é uma obrigação legal e ética que começa no exame admissional”, reforça Cristina Martín.

O que é detectado no exame de sangue admissional?

Embora o hemograma completo seja um dos exames mais aplicados, ele não serve para “vasculhar” a vida pessoal do candidato, como muitos colaboradores temem. O exame de sangue admissional serve para avaliar aspectos gerais de saúde que possam interferir na segurança da função.

  • Anemia ou alterações hematológicas;
  • Indícios de infecção ativa ou inflamação;
  • Deficiências nutricionais relevantes;
  • Diabetes ou hipoglicemia, quando o exame inclui glicemia;
  • Alterações hepáticas (com testes de TGO e TGP em casos específicos).

O exame não deve ser usado como instrumento discriminatório. Testes como HIV, gravidez ou drogas ilícitas só podem ser solicitados em casos legalmente autorizados e com justificativa médica. O uso indevido desses exames pode gerar indenizações por dano moral e anular o processo seletivo.

Veja os principais cuidados do RH com o exame admissional

Garantir a legalidade do exame admissional vai além de cumprir um protocolo. É preciso transformar esse momento em um processo consistente, seguro e auditável.

Pontos críticos que o RH deve observar:

  • Firmar parceria com clínica autorizada e registrada no CRM.
  • Garantir que os exames estejam dentro do escopo definido no PCMSO.
  • Exigir que o atestado de aptidão contenha data, função, assinatura e carimbo médico.
  • Evitar acesso indiscriminado ao conteúdo dos exames, preservar sigilo médico.
  • Registrar o resultado em sistema seguro, com respaldo jurídico e integridade de dados.

Boas práticas adicionais para o exame admissional

Ao final do exame, oriente o colaborador sobre o próximo passo do processo seletivo. Transparência gera confiança. E se houver inaptidão, trate o caso com cuidado, sem exposição desnecessária ou ruídos na comunicação, como diz Cristina Martín.

“O exame admissional é o ponto de partida para uma relação de trabalho saudável, e precisa ser tratado com o mesmo zelo que se espera na gestão de pessoas durante o contrato.”

Tecnologia como aliada para profissionalizar a admissão

No ambiente corporativo atual, lidar com exames admissionais sem o apoio de tecnologia é assumir um risco desnecessário. Plataformas especializadas em gestão documental e em RH tornam esse processo mais eficiente, seguro e conforme a legislação.

Elas possibilitam centralizar laudos, gerar registros com trilha de auditoria e controlar o acesso à documentação com base em perfis e permissões.

Neste cenário, o software de RH da Sesame se destaca por ser um dos mais robustos e completos do mercado brasileiro. Ele oferece uma solução completa para esse momento crítico, como controle de admissões, integração com clínicas, upload seguro de documentos, protocolos automatizados e armazenamento com validade jurídica.

E o melhor: você pode experimentar gratuitamente com o teste grátis, disponível para novos usuários. Profissionalize seu processo seletivo desde o primeiro exame, e fortaleça a segurança jurídica da sua empresa com quem entende do assunto.

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