Gestão de férias e ausências

Abono pecuniário: o que é e como calcular

Entenda o que é abono pecuniário, como calcular corretamente e como um software de RH pode evitar erros na folha de pagamento.

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Lukas Letieres

HR Consultant

abono pecuniário

27 de maio, 2025


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A expressão abono pecuniário pode até soar estranha, como um daqueles termos jurídicos complicados, mas a verdade é que essa prática faz parte da rotina de milhões de trabalhadores todos os anos. Por isso, o RH precisa estar atento a esse detalhe na hora de gerenciar o pagamento dos colaboradores.

Esse direito, garantido pela CLT, permite que o colaborador “venda” parte das suas férias em troca de dinheiro. O que parece simples, na verdade, gera dúvidas, especialmente quando o assunto é prazo, cálculo e lançamentos corretos no fim do mês.

Para evitar erros e garantir conformidade legal, é essencial que o RH dominem esse conceito, saibam como comunicar corretamente aos colaboradores e realizem o processo de forma transparente e segura.

Neste artigo, vamos explicar o que é o abono pecuniário, como ele funciona, quando pode ser solicitado, como calcular o valor e de que forma a funcionalidade de incidentes na folha de pagamento pode evitar dores de cabeça na gestão de férias.

O que é abono pecuniário?

O abono pecuniário é o nome jurídico dado ao direito do trabalhador de vender até um terço do seu período de férias e receber o valor correspondente em dinheiro. Em outras palavras, é quando o colaborador opta por tirar apenas 20 dias de férias e recebe o pagamento pelos 10 dias restantes.

Esse direito está previsto no artigo 143 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pode ser exercido por qualquer empregado com férias adquiridas. A prática é comum no Brasil e representa uma alternativa para quem precisa de um reforço financeiro sem abrir mão totalmente do descanso.

É importante destacar que o abono pecuniário não deve ser confundido com o adicional de 1/3 de férias, que é um valor pago a todos os trabalhadores em férias, independentemente da venda de parte do período.

Quem tem direito ao abono pecuniário?

Todo colaborador com vínculo CLT que tenha direito a férias pode solicitar o abono pecuniário, ou seja, a conversão de 1/3 do período de férias em pagamento em dinheiro. A solicitação, no entanto, precisa seguir algumas regras legais definidas pela CLT:

  • Solicitação voluntária: o pedido deve partir do próprio colaborador. A empresa não pode obrigar ninguém a vender parte das férias.
  • Prazo para solicitar: o colaborador deve fazer o pedido até 15 dias antes do término do período aquisitivo. Caso ultrapasse esse prazo, a empresa pode negar o benefício.
  • Limite de conversão: a lei permite a conversão de até 10 dias de férias. Ou seja, o colaborador precisa tirar no mínimo 20 dias de descanso.
  • Válido para férias integrais: o abono pecuniário só pode ser solicitado se o trabalhador tiver direito a 30 dias de férias. Quem recebe férias proporcionais ou fracionadas pode não estar apto, dependendo da situação.

A recomendação é que o RH informe claramente aos colaboradores sobre esse direito, seus prazos e implicações. Isso evita dúvidas e ajuda a manter o controle correto da folha de pagamento.

Como calcular o abono pecuniário?

O cálculo do abono pecuniário é simples, mas exige atenção aos detalhes para evitar erros na folha. O valor pago ao colaborador deve corresponder a 10 dias de salário, acrescido do adicional de 1/3 constitucional, que também incide sobre o abono.

Fórmula prática:

Abono pecuniário = (Salário mensal ÷ 30) × 10 + 1/3 sobre esse valor

Exemplo prático:

Vamos imaginar um colaborador com salário bruto de R$ 3.000,00.

  1. Cálculo do valor dos 10 dias de férias “vendidos”:
    R$ 3.000 ÷ 30 × 10 = R$ 1.000,00
  2. Cálculo do adicional de 1/3 sobre o abono:
    R$ 1.000 ÷ 3 = R$ 333,33
  3. Valor total do abono pecuniário:
    R$ 1.000 + R$ 333,33 = R$ 1.333,33

Esse valor será pago além dos 20 dias de férias normais, com os respectivos adicionais.

O que entra (ou não) no cálculo:

  • Incluído: salário base e médias de adicionais variáveis, como comissões e horas extras habituais.
  • Não incluído: valores eventuais, como bônus esporádicos ou ajudas de custo.

É fundamental garantir que o cálculo siga a realidade do contrato de trabalho de cada colaborador. Automatizar esse processo com ferramentas específicas ajuda a reduzir erros e evitar passivos trabalhistas.

Erros comuns na concessão do abono pecuniário

Mesmo sendo um direito bastante conhecido, o abono pecuniário ainda gera confusões no dia a dia do RH. Pequenos descuidos no cálculo, no prazo ou na comunicação com o colaborador podem comprometer a conformidade legal e gerar problemas na folha de pagamento. A seguir, listamos os erros mais comuns para que sua equipe possa evitá-los com segurança.

Não incluir o adicional de 1/3 no cálculo

Um erro recorrente é calcular o valor dos 10 dias de abono sem aplicar o adicional de 1/3. Esse valor extra é obrigatório, assim como acontece nas férias regulares.

Ignorar o prazo legal para solicitação

O pedido deve ser feito até 15 dias antes do fim do período aquisitivo, ou seja, antes de completar 12 meses de trabalho, que é o tempo necessário para o colaborador adquirir o direito às férias. Se o colaborador solicitar fora desse prazo, a empresa pode recusar, mas isso deve estar documentado e claro para evitar conflitos.

Lançar o valor incorretamente na folha

Algumas empresas lançam o abono como se fosse parte do salário mensal, o que pode distorcer encargos e relatórios. O ideal é lançar como verba separada, seguindo a natureza do pagamento.

Não orientar o colaborador sobre o impacto no descanso

Ao optar pelo abono, o colaborador abre mão de parte do descanso. O RH precisa explicar isso com clareza, evitando arrependimentos ou dúvidas depois da aprovação.

Como um software de RH pode ajudar

Gerenciar corretamente o abono pecuniário exige mais do que conhecer a legislação. É preciso ter processos bem organizados, visibilidade sobre prazos, cálculos automáticos e comunicação clara com os colaboradores. Com o apoio de um software de RH completo, como o Sesame, tudo isso pode ser feito com muito mais eficiência.

Automatização de cálculos via folha integrada

A funcionalidade de incidentes na folha de pagamento permite que o sistema identifique e sinalize erros de cálculo ou lançamentos incorretos, como valores pagos sem o adicional de 1/3. Isso reduz falhas e evita retrabalho.

Alertas e controle de prazos com banco de dados de colaboradores

Com um banco de dados centralizado, o RH pode acompanhar o status do período aquisitivo de cada colaborador e configurar lembretes internos para garantir que os pedidos de abono sejam feitos dentro do prazo legal.

Solicitações registradas com gestão documental

A funcionalidade de gestão de documentos empresariais permite armazenar digitalmente os pedidos de abono pecuniário, mantendo um histórico organizado e acessível. Isso garante respaldo em caso de auditoria ou questionamentos futuros.

Lançamentos consistentes com relatórios de RH

Com os relatórios gerenciais de RH, é possível acompanhar todos os valores pagos como abono, cruzar dados por área, cargo ou mês, e assegurar que os registros estejam refletidos corretamente na folha de pagamento.

Comunicação clara com o colaborador

Usando o sistema de comunicação interna, o RH pode informar aos colaboradores sobre prazos, regras e orientações sobre o abono, reduzindo dúvidas e fortalecendo a transparência. Isso pode ser feito por comunicados, mensagens diretas ou posts na intranet interna.

Com esses recursos integrados, o RH ganha mais controle, reduz riscos e melhora a experiência do colaborador, tudo em um só ambiente.

Com processos bem definidos, comunicação transparente e controle total sobre os prazos, o setor se posiciona de forma mais estratégica e confiável dentro da organização.

A plataforma da Sesame oferece todas as funcionalidades necessárias para garantir o cumprimento da lei, quando o assunto é abono pecuniário.A boa notícia é a possibilidade de testar gratuitamente por alguns dias e descobrir como a tecnologia pode ajudar sua equipe a reduzir erros, ganhar agilidade e tomar decisões com mais segurança.

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Diretor de Recursos Humanos at Sesame RH | Website | + posts

Sou uma profissional com mais de 20 anos de experiência em diferentes áreas de Recursos Humanos, como recrutamento, treinamento, prevenção de riscos ocupacionais e gerenciamento de pessoal.


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