Salários e remunerações
Equiparação salarial: como funciona e o que diz a lei no Brasil?
Entenda o que é e o que diz a lei sobre equiparação salarial. Conheça os direitos do trabalhador e como evitar passivos trabalhistas.
Salários e remunerações
Entenda o que é e o que diz a lei sobre equiparação salarial. Conheça os direitos do trabalhador e como evitar passivos trabalhistas.
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Lukas Letieres
HR Consultant
27 de maio, 2025
Quando colaboradores que exercem a mesma função recebem salários diferentes sem justificativa, acende-se um sinal de alerta: pode estar ocorrendo uma quebra do princípio da equiparação salarial. Esse direito, previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é um dos pilares da justiça e da valorização profissional dentro das empresas. Ele está diretamente relacionado à cultura organizacional, à motivação das equipes e ao cumprimento das obrigações legais.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é a equiparação salarial, como ela funciona na prática, o que diz a legislação brasileira e de que forma o uso de uma plataforma de People Analytics pode ajudar sua empresa a tomar decisões salariais mais justas, transparentes e estratégicas.
A equiparação salarial está prevista no artigo 461 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que garante ao trabalhador o direito de receber o mesmo salário de um colega que exerce a mesma função dentro da empresa.
Mas atenção: para que esse direito seja válido, é preciso que alguns critérios sejam atendidos. Veja abaixo os principais:
A lei também deixa claro que diferenças salariais baseadas em sexo, raça, etnia, nacionalidade ou idade são ilegais. Ou seja, se duas pessoas fazem o mesmo trabalho, essas características não podem justificar salários diferentes.
Por fim, se a empresa tiver um plano de carreira bem definido, com critérios objetivos para promoções, ela pode usá-lo como base para justificar diferenças. Mas esse plano precisa ser formal, divulgado internamente e seguido à risca.
Para explicar de uma maneira bem clara, a equiparação salarial pode ser solicitada em diferentes situações que envolvem o mesmo tópico: um direito se aplica sempre que um colaborador percebe que realiza o mesmo trabalho que outra pessoa na empresa, mas recebe um salário inferior sem uma justificativa válida. Veja o exemplo abaixo:
Dois analistas administrativos atuam na mesma filial, fazem as mesmas tarefas e têm resultados parecidos. Se um deles recebe R$ 1.000 a mais sem que exista um motivo claro e documentado para isso, como uma promoção registrada ou uma avaliação de desempenho formal, o outro pode pedir a equiparação salarial.
Esse pedido pode ser feito diretamente ao RH ou, caso não haja uma solução interna, por meio da Justiça do Trabalho.
A legislação trabalhista brasileira estabelece dois prazos importantes quando o assunto é equiparação salarial: o prazo para fazer o pedido e o limite de tempo de comparação entre os profissionais. Observe:
O colaborador pode entrar com uma ação na Justiça do Trabalho em até 5 anos após o início da diferença salarial, desde que ainda esteja no emprego ou que tenha sido demitido há menos de 2 anos. Após esse período, o direito prescreve, ou seja, não pode mais ser exigido legalmente.
A CLT também estabelece que, para haver equiparação, o colega com quem se está fazendo a comparação não pode ter mais de 2 anos a mais de tempo na função. Isso significa que, se um colaborador executa a mesma função, mas o outro já está naquela função há 5 anos a mais, a equiparação não se aplica.
Embora pareçam sinônimos, os dois termos têm significados diferentes dentro do direito trabalhista:
A lei permite algumas exceções em que colaboradores que exercem a mesma função podem receber salários diferentes de forma legal. Veja os principais exemplos:
Para que essas justificativas sejam aceitas em uma eventual ação trabalhista, é essencial que estejam bem documentadas e sejam aplicadas de forma coerente em toda a empresa.
Ignorar a equiparação salarial pode gerar uma série de consequências negativas para as empresas, tanto do ponto de vista legal quanto organizacional. Veja os principais riscos:
Prevenir esses problemas é mais simples do que remediar. O segredo está em adotar uma gestão baseada em dados, com critérios claros e acessíveis a todos.
Garantir a equiparação salarial não é só uma questão de cumprir a lei, é também uma forma de fortalecer a cultura organizacional, melhorar a retenção de talentos e tomar decisões mais justas e estratégicas. É aí que entra o People Analytics: uma ferramenta que permite ao RH analisar dados de pessoas de forma integrada, precisa e acessível. Com o uso do People Analytics, sua empresa pode:
Além disso, ferramentas como o People Analytics facilitam a construção de relatórios de conformidade, ajudam a estruturar planos de cargos e salários e apoiam o RH na criação de políticas mais equitativas.
Com tecnologia e dados bem organizados, a empresa deixa de agir por instinto e passa a atuar de forma estratégica, justa e alinhada à legislação.
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Sou um profissional de Recursos Humanos que se destaca em administração de folha de pagamento, gerenciamento de relações trabalhistas e consultoria trabalhista. Minha formação acadêmica em direito trabalhista e recursos humanos me permitiu desenvolver uma compreensão completa da dinâmica trabalhista e da gestão de pessoal.