Tendências de RH
Sofia Panzero: inovação em RH é a ponte para conectar culturas
Sofia Panzero mostra como a inovação em RH pode unir culturas no Brasil e acelerar a transformação tecnológica sem perder o olhar humano.
Tendências de RH
Sofia Panzero mostra como a inovação em RH pode unir culturas no Brasil e acelerar a transformação tecnológica sem perder o olhar humano.
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Lukas Letieres
HR Consultant
6 de novembro, 2025
À medida que o ano se aproxima do fim, crescem as discussões sobre o futuro do trabalho no Brasil. E para dar sequência à série especial da Sesame HR sobre as tendências que vão marcar 2026, convidamos Sofia Panzero, HR Business Partner regional na Johnson & Johnson, com experiência internacional em gestão de pessoas e ambientes multiculturais.
Em entrevista exclusiva à Sesame HR, Sofia compartilhou sua visão sobre o duplo desafio que o Brasil enfrenta: integrar culturas diversas em um mesmo país e, ao mesmo tempo, acelerar a adoção tecnológica no RH sem perder o olhar humano.
Em entrevista exclusiva para este especial inédito, ela compartilhou suas reflexões sobre liderança, tecnologia e as mudanças de perfil que pressionam empresas a rever práticas de gestão para inovar em RH.
Um dos pontos centrais levantados por Sofia é a complexidade cultural brasileira. Em um país de dimensões continentais, não basta ter processos globais para a inovação em RH: é preciso adaptar a gestão às realidades locais.
“Um dos grandes desafios do Brasil é o fato de ter muitas culturas dentro de um mesmo país. Precisamos descobrir como gerir nossas equipes respeitando essas diferenças, sem perder de vista o alinhamento estratégico”, afirma.
Para ela, o caminho passa por três pilares:
Só assim a diversidade interna se transforma em força competitiva, e não em ruído de comunicação.
Para Sofia Panzero, não há mais espaço para discutir se o RH deve ou não adotar tecnologia. A questão agora é como usá-la de forma inteligente, uma vez que “o futuro do RH no Brasil será, seguramente, conectado com tecnologia”, afirma.
De acordo com a profissional, os próximos três anos serão decisivos para acelerar essa transformação. Se, até aqui, muitas empresas usaram ferramentas apenas para automatizar tarefas básicas, o passo seguinte é aplicar inovação em áreas que realmente mudam o jogo: desenvolvimento, engajamento e formação de talentos:
“A tecnologia pode otimizar o que já existe, mas também abrir espaço para soluções inéditas. Em vez de apenas ganhar velocidade em processos operacionais, podemos usá-la para personalizar trilhas de capacitação, identificar potenciais ocultos e criar experiências de carreira mais estratégicas e inclusivas”, reforça.
Nenhuma revolução tecnológica se sustenta sem líderes preparados para conduzir pessoas nesse processo. Para Sofia Panzero, a liderança precisa atuar como ponte entre inovação e humanização:
“É essencial capacitar gestores para que se sintam confiantes em navegar em um ambiente cada vez mais tecnológico”, afirma. “Quando identificamos líderes que têm afinidade natural com o tema e os transformamos em multiplicadores, aceleramos a curva de aprendizado de toda a organização.”
Mas, segundo ela, o maior risco está em enxergar a tecnologia apenas como fim em si mesma. “Por trás de cada sistema, existem pessoas. Garantir que esse olhar humanizado não se perca é o que diferencia uma transformação digital de uma simples atualização de processos. A tecnologia pode organizar, mas quem cria pertencimento e confiança continua sendo o líder”, ressalta a especialista.
Outro ponto que Sofia chama atenção é o impacto das novas gerações no mercado de trabalho brasileiro:
“De um lado, temos jovens que chegam com visão pragmática, objetivos claros e expectativas de crescimento acelerado. De outro, lidamos com um país ainda marcado por desigualdades, onde grande parte da população não tem acesso à educação superior”, observa.
Esse contraste exige do RH uma proposta de valor mais flexível, que reconheça diferentes realidades sociais e aspiracionais. Para ela, equilibrar essas demandas será um dos maiores testes de inovação na gestão brasileira até 2026.
Com experiência em multinacionais, Sofia acredita que a chave para o RH brasileiro é adaptar tendências globais à sua realidade local.
“A adoção de práticas globais não deveria comprometer a efetividade local. O segredo está em encontrar o ponto de equilíbrio: consistência estratégica com sensibilidade contextual”, defende.
Na prática, isso significa manter a coerência de políticas corporativas internacionais, mas ajustá-las ao contexto socioeconômico brasileiro. “O futuro será globalmente alinhado, mas localmente relevante”, resume.
Olhando para frente, Sofia Panzero reforça duas convicções: a tecnologia será inevitável e o humano continuará insubstituível:
“O Brasil está conectado com tudo o que é atual. Nós, de RH, precisamos estar sempre nos atualizando, acompanhando as equipes e garantindo que o avanço tecnológico venha junto com acolhimento e desenvolvimento”, conclui a profissional.
Sua visão ecoa um ponto recorrente desta série: o RH que vai liderar em 2026 será aquele capaz de unir eficiência digital e sensibilidade cultural, colocando dados e pessoas na mesma equação.
👉 Esse artigo faz parte da série especial da Sesame HR, reunindo os principais especialistas e influenciadores que marcaram presença no CONARH 2025.
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